Muito comum nos praticantes da corrida, futebol, Crossfit e tennis a Tendinite Pata de Ganso é uma condição que afeta o tendão da parte interna do joelho.
Nos próximos tópicos vamos abordar os principais sintomas, causas e como a fisioterapia esportiva trata a Pata de Ganso para que não aconteça a reincidência do problema.
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Principais sintomas da Tendinite Pata de Ganso
Um dos principais sintomas da Tendinite Pata de Ganso ou Tendinite Anserina, como também é conhecida, é uma dor na parte interna do joelho.
Inicialmente, essa dor no joelho pode ser notada durante práticas esportivas como a corrida, mas com o passar do tempo pode ser percebida em tarefas simples do dia a dia, como agachar para pegar um objeto no chão.
Para saber se realmente se trata da Tendinite Pata de Ganso é importante fazer um diagnóstico correto, através de ressonância, visto que existem outras condições que causam dores no joelho e apresentam sintomas semelhantes.
Outros diagnósticos possíveis que se confundem com a Tendinite Pata de Ganso e que serão considerados pelo médico são:
– O estiramento do ligamento colateral medial;
– Lesão do menisco medial.
O que diferencia a Tendinite Pata de Ganso dos demais diagnósticos?
O diagnóstico correto se dará tanto através da ressonância magnética do joelho quanto através da análise dos sintomas.
No caso da Tendinite Pata de Ganso a ressonância irá acusar dois fatores importantes:
1) a presença de uma bursite dos tendões mediais do joelho;
2) um estiramento ou desgaste dos tendões dos músculos semitendíneo, sartório e grácil (veremos mais sobre eles a seguir);
Em relação aos sintomas, a Tendinite Pata de Ganso ou Tendinite Anserina apresenta uma dor difusa. É diferente de quando há um estiramento do ligamento ou uma entorse, quando a dor é mais pontual e acontece de uma forma traumática.
Além disso, a dor no joelho não começa do dia para a noite.
Ela pode ocorrer depois de um treino de corrida e melhorar após um período de descanso. Mas com o passar do tempo ela começa a piorar, a não aliviar mesmo após o descanso e, como já dissemos anteriormente, começa a causar incômodo em tarefas simples do dia a dia.
O que é a Tendinite Pata de Ganso e quais são as causas
A Tendinite Pata de Ganso é conhecida como Tendinite Anserina porque os três músculos que são afetados, os chamados semitendíneo, sartório e grácil, formam, ao se unirem, uma espécie de tridente que se assemelha a uma pata de ganso.
O estresse ou desgaste dos tendões ligados a estes três músculos leva ao surgimento dessa condição.
Quais as causas desse desgaste?
A primeira coisa que você precisa entender é que esses tendões são o final dos músculos semitendíneo, sartório e grácil. Esses músculos ficam na parte interna da coxa e fazem a adução de quadril, que é o movimento de trazer a coxa para dentro.
Quando esse movimento é repetido várias vezes, ou de adução ou de estiramento da parte medial do joelho, ocorre um estresse no tendão desses músculos.
Imagine uma corda que é puxada várias vezes. Em algum momento ela vai se desgastar, principalmente quando é puxada de forma abrupta e muito rápida.
O uso excessivo dos músculos da parte interna da coxa acontece por falta de outras musculaturas de outras regiões do corpo, principalmente os músculos do core, que é a região responsável por organizar o peso corporal, o centro de gravidade e o equilíbrio do corpo.
O core deve fazer a distribuição do peso corporal.
Quando isso não acontece de forma adequada, o músculo adutor interno da coxa passa a trabalhar dobrado: além de fazer o movimento da corrida, esse músculo precisa organizar o equilíbrio, ocasionando uma sobrecarga muscular.
Acontece, então, a dor referida* na ponta dos músculos, que é o tendão.
*a dor cuja causa não está no local exato onde está sendo sentida.
Por que na corrida, futebol, Crossfit e tennis há uma predisposição maior para desenvolver a Tendinite Pata de Ganso?
A tendinite pata de ganso está muito relacionada à corrida, mas isso não significa que ela não aconteça em outros esportes. É uma condição bastante comum também no futebol e no CrossFit que, entre tantos movimentos, tem muita corrida e agachamento.
Entender como essa lesão se desenvolve nesses dois esportes é entender a funcionalidade do movimento.
No CrossFit e principalmente no futebol existe muito o movimento da corrida. Mas, além disso, existem alguns movimentos específicos que podem contribuir para o desenvolvimento da Tendinite Pata de Ganso.
Futebol
No futebol, por exemplo, nós temos o chute. Quando falamos de um chute de chapa, que é empurrar a bola com a parte de dentro do pé, a musculatura da parte interna da coxa é muito exigida. Essa musculatura é justamente a musculatura adutora de quadril, que tem a ver tanto com o grácil, quanto com o sartório e o semitendíneo que falamos até agora.
Além do chute, temos também a roubada de bola, quando o jogador frequentemente tende a levantar o pé além do que o seu alongamento permite.
Esses 2 movimentos podem colaborar para ocasionar ou piorar a tendinite da pata de ganso.
CrossFit
No crossfit, além da corrida, temos o agachamento, o agachamento com barra, o salto na caixa, o pulo com corda. São movimentos que também vão exigir muito da zona de trabalho do joelho, que é o movimento de dobrar e esticar.
Esses movimentos precisam ser bem alinhados, principalmente no agachamento.
É importante ter muita atenção para a ocorrência do valgo dinâmico de joelho ao agachar, porque este é um movimento que foge da zona de trabalho dessa região e pode acabar estressando mais a parte interna do joelho. Principalmente o posterior e o adutor de coxa, que irão reclamar do seu uso excessivo, provocando os sintomas da tendinite pata de ganso.
Tennis
A Tendinite Pata de Ganso pode ocorrer em outros esportes, como o tênis, onde a perna e o joelho são muito exigidos porque existe a movimentação lateral para pegar a bola.
Em todos esses casos é aplicado o mesmo tratamento que veremos nos tópicos a seguir: primeiro é preciso entender como o paciente se organiza da cintura para cima, onde fica grande parte do seu peso corporal, para depois organizar o movimento esportivo a fim de não gerar sobrecarga no joelho, que é o movimento mais rápido, mais dinâmico, como o chute ou a corrida.
Podemos dizer que em todos os esportes há uma exigência do joelho, em alguns mais e em outros menos.
Como a Fisioterapia pode ajudar no tratamento da Tendinite Pata de Ganso
Durante a avaliação vamos buscar entender como o paciente está se organizando em cima de uma perna só e como estão as distribuições de forças enquanto ele fica nessa posição.
Essa é a importância da relação entre o core e o joelho: como o peso corporal está sendo distribuído em cima de uma estrutura como o joelho?
Os movimentos naturais do joelho são os de extensão e flexão, ou seja, dobrar e esticar. É dentro desses movimentos que ele funciona melhor. Quando há movimentos laterais de valgo e varo, ele passa a ter um movimento mais limitado.
Ele até tem uma pequena margem para esses movimentos, mas essa não é a sua principal zona de trabalho. É como uma roda de carro: a zona de trabalho do pneu é a banda de rodagem e não as suas laterais.
A região do corpo que faz grande parte desse movimento lateral, em geral, é a do quadril e da cintura, porque é uma área que tem mais massa, mais peso e que tem uma maior liberdade de movimento.
Na Avaliação Funcional todos esses fatores serão investigados.
Será feita uma avaliação do movimento para entender o que, biomecanicamente falando, causa o estresse no joelho.
Voltando à comparação com a roda do carro, existem 4 pneus e o peso do carro inteiro sobre eles. Se ele estiver desbalanceado, os pneus serão sobrecarregados nas laterais. Mas se o carro estiver balanceado, vai rodar corretamente sem desgastar as laterais dos pneus.
O mesmo acontece com o joelho. Assim como no balanceamento, a Avaliação Funcional fará a correção da postura e do movimento para que não haja um desgaste nesta região.
Percebe como a dor e o desgaste ocorrem no joelho, mas a raíz do problema pode não estar nesse local?
Entenda porque só o fortalecimento do joelho não resolve o problema
Muitas pessoas podem pensar que o fortalecimento de joelho e de coxa resolverá o problema da Tendinite Pata de Ganso. Mas se não houver a correção do equilíbrio e da postura, o estresse no joelho vai permanecer e o problema vai continuar.
É fundamental melhorar a postura e o movimento para que o joelho não seja sobrecarregado.
O fortalecimento da região pode até aliviar a dor, mas com a retomada da prática esportiva ele voltará a ser sobrecarregado. É como ficar trocando o pneu do carro, sendo que ele está desbalanceado: ele vai continuar se desgastando.
E o joelho, infelizmente, não pode ser trocado como um pneu. Mesmo que seja realizada uma cirurgia com a colocação de uma prótese total, se o movimento continuar errado vai haver um desgaste prematuro da prótese.
Resumindo, em vez de olhar somente para a estrutura, que é o joelho, a Avaliação Funcional vai olhar para a funcionalidade para entender a causa do problema.
A Avaliação Funcional busca a causa raiz do problema, que pode não ser o joelho e sim o movimento e a postura.
Conclusão
A Tendinite Pata de Ganso é uma condição que afeta principalmente os praticantes da corrida, mas também pode ocorrer em outras práticas esportivas onde há uma grande exigência do joelho, como o futebol, o CrossFit ou o tênis.
Ao notar os primeiros sintomas é importante buscar o diagnóstico correto para iniciar o seu tratamento.
A Fisioterapia, através da Avaliação Funcional, oferece um tratamento bastante efetivo, que busca a raíz do problema e devolve você à prática esportiva.
Analisar os seus movimentos, a sua postura corporal, o seu equilíbrio, é a melhor forma não somente para tratar a tendinite, como para preveni-la.
Na Wolf Fisioterapia do Brooklin oferecemos uma abordagem totalmente voltada para a qualidade do movimento.
Queremos deixar você pronto para voltar ao seu esporte preferido sem dor, com melhor desempenho, além de melhorar sua qualidade de vida.
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Perguntas Frequentes
1- Quais exercícios são bons para quem tem Tendinite Pata de Ganso?
Os exercícios são planejados após sua avaliação funcional, pois depende do que esta gerando sobrecarga no seu movimento, vamos te dar três exercícios:
1- A prancha lateral vai ajudar as pessoas que têm dificuldade de ativar o core enquanto estão se equilibrando;
2- O agachamento usando um elástico em volta dos joelhos vai ajudar quem tem problema no quadril e está posicionando os pés para dentro, estressando a parte interna do joelho;
3- Equilibrar-se em um pé só vai ajudar quando o problema é a falta de equilíbrio.
2- Joelheira é bom para quem tem tendinite Pata de Ganso?
As joelheiras confeccionadas com tecido não dão a firmeza necessária ao joelho, não tem uma boa fixação. Elas deixam o joelho muito livre para girar, rodar ou inclinar. Portanto, elas não controlam os movimentos laterais que causam a Tendinite Anserina. Elas não vão ter a melhor alavanca para atuar nesses vetores.
Por outro lado, usar uma joelheira muito rígida, como os braces articulados, protege o joelho. Mas essa proteção ocorre às custas de movimentar todo o restante do corpo para não movimentar o joelho.
É importante notar que cerca de 60% do peso corporal está acima do quadril. Se não houver uma boa postura nessa região, o simples uso de uma joelheira não vai compensar esse desequilíbrio. Portanto, apesar de proporcionar um certo conforto e dar uma sensação de alívio da dor durante a prática esportiva, o uso da joelheira não vai melhorar a postura que, em tese, é a raiz do problema
Outras perguntas e respostas
3- Desenvolvi a Tendinite Pata de Ganso e me disseram que eu tenho que parar. A Fisioterapia pode me ajudar?
Sim. Melhorando a postura e o funcionamento do corpo com o tratamento adequado, você pode continuar correndo. Na clínica Wolf prezamos muito pela qualidade do movimento, porque movimento bom não dói e a probabilidade de haver uma lesão ou do agravamento de uma lesão já existente é muito menor.
4- Eu ouvi dizer que quando machucamos o tendão temos uma lesão para a vida toda, diferente do músculo. Isso é verdade?
O tendão realmente tem muita dificuldade de cicatrizar, justamente porque é um tecido de baixa vascularização. Diferente do músculo, que tem uma alta vascularização.
Portanto, o tendão vai ter, sim, muito mais dificuldade do que o músculo para se recuperar. Mas isso não significa que será para sempre. No período de um ano ocorre uma renovação de praticamente todos os tecidos do nosso corpo. Ao longo desse tempo, se você mantém um trabalho consistente de fortalecimento sem machucar o tendão, existe uma tendência desse tendão se fortalecer.
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